- sábado, julho 28, 2018
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segunda (não) volta
eu não sei o que se passa na sua cabeça
e também não sei se necessito ou quero saber
eu só sei sentir
e não entender
lembrar
que você foi a única coisa que realmente fez algum sentido
e agora reside em algum lugar qualquer
que meu nome reside em algum lugar qualquer
da sua memória
me resta
o gosto amargo na boca
do jantar que eu vomitei na segunda
depois que você me fez sentar no banco da praça
e despejar um frio eu não quero mais continuar
parecia um discurso pronto
esse seu não está sendo recíproco
que eu confesso, me cortou
como a acidez do limão que corta a língua
e de repente, como quem não quer nada
virar a esquina da Bahia com Gonçalves Dias
e me fazer apagar qualquer sentimento que um dia tive por você.
a tortura que me resta
em permanecer com um vazio extremo e complexo
causado por você
perguntas e questionamentos que me consomem constantemente
eu estou esgotada de querer você
quando nós não somos o certo
estou esgotada de pensar em você
estou esgotada de lembrar
estou cansada de relutar e pensar
que eu fui a culpada por você desaparecer
do nada. como se eu fosse nada. como se nós fossemos nada.
eu sinto falta
e eu odeio admitir que sinto falta
de você. de nós.
saudade da sua voz
do toque que me tonteia
que me cala e me refaz
sinto falta das horas
das voltas na praça
depois do expediente de seis horas.
a tortura que me resta
é sentar no banco da praça onde nos conhecemos
três meses atrás
e me perguntar
se você a leva lá
no banco onde discutimos
sobre astrologia.astronomia.
e sabe-se lá mais o que
onde eu me perdi e me encontrei tantas vezes
na viagem hipnotizante
que é a curva dos seu lábios.
no mesmo banco
que chamávamos de nosso
onde tínhamos todos os encontros e desencontros
marcados
no mesmo banco
onde eu disse que te amava pela primeira vez
onde eu não sabia se dizia que te amava
ou se permanecia calada
observando seu olhar carregado de mistério e incompreendido
penetrar o meu
acho que eu preferia ficar com a certeza do momento
de ter seu olhar dentro do meu
da ilusão de estar sendo amada
do que com a certeza de que você
não sentia o mesmo por mim.
mas as voltas na praça agora estão vazias
adiadas. silenciadas. caladas. mortas.
volta.
- Ana Elisa Renault.
- sexta-feira, julho 27, 2018
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esse copo, chá
que aqui esfria
me lembra você
copo, xícara
corpo que gela em distonia
fissuras
o copo quebrado, coração rasgado, em pedaços
desarmado, amado, desamado
na mesa, a música que toca em sincronia
o chá que esfria, como esse sentimento, em desarmonia, dissintonia
chá, pia
mesa, vazia
sentimento, (r)esfria.
- Ana Elisa Renault.
- segunda-feira, maio 14, 2018
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- sábado, maio 12, 2018
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Cinco segundos
É o tempo que levo para a rua atravessar
É o tempo que levo para seu caminho cruzar
É o tempo que leva, para minha alma com a tua, conectar
Uma semana
É o tempo que leva para nua, em seus braços ficar
É o tempo que levo para, meus dedos nos teus, entrelaçar
É o tempo que levo para, por você, minhas muralhas abaixar
É o tempo que levo para, por você, me apaixonar
Duas semanas
É o tempo que leva para você me amar
É o tempo que leva para, a música que no rádio toca,
De você me lembrar
É o tempo que leva, para eu te amar
Um mês
É o tempo que leva para tudo terminar
É o tempo que leva para você me deixar
É o tempo que leva para meu peito se despedaçar
É o tempo que leva para, um oceano em lágrimas, em mim
Derramar
Um segundo
É o tempo que leva para você dizer que não vai voltar
É o tempo que levo para vazia ficar
É o tempo que levo para deixar você, noutro alguém melhor que eu,
Se encontrar
Um segundo
É o tempo que leva para meu mundo cair
É o tempo que então levo, para sem poder me despedir,
Deixar você ir.
- Ana Elisa Renault.
- quarta-feira, abril 25, 2018
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- sexta-feira, abril 20, 2018
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O vento levou
Pessoas vazias
Promessas e palavras frias
E...
O vento levou
Minha angústia, eterna
Sua dor não sincera
E...
O vento levou
O amor, sem amor
Mas pecou ao deixar a dor
De silêncios vazios destoantes no ar
De um alma triste e pecadora à mercê da putrefação exterior
Dado que a interior, já se fez completa e satisfeita
Quando desistiu de sua raça eternamente insatisfeita
E...
O vento levou o alento
O olhar atento, ardente, sedento
E...
O vento não levou
A tristeza de um amor
A dor de um sentimento incompreendido e sem valor
E...
O vento não levou
A ânsia pelo medo
Os escravos modernos e seus templos desfeitos
E...
O vento não levou as lágrimas
Consumidas por uma alma pseudônima, autônoma
E...
O vento não levou
Pessoas vazias, e sua falta de empatia
Pessoas sem sentimentos, com o coração sem desejo, em segredo
E...
Não, o vento não levou
Pessoas vazias
E suas promessas e palavras frias
E...
O vento levou o tempo
E...
O vento levou
O vento
Poxa vento, pensei que você seria mais justo
Levaria embora a dor, deixaria felicidade
Não lágrimas me desfazendo em imensas e eternas partes.
- Ana Elisa Renault.
- quarta-feira, abril 18, 2018
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Coisas estanhadas, empoeiradas
A tinta que molha o papel
A tinta que descreve o sentimento cruel
A gota que despeja em meu oceano profundo e perturbado
As memórias que me atacam em um lapso de segundo afastado, atrasado
As dores que retornam, entortam
O pensamento relapso que me afaga
Suas mãos frias que me afogam, afrontam
Minha dor que se torna sua dor
Desfazendo as memórias cheias de cor
Repletas de desamor
Armadas, afastadas
Visto o passado, enfeitado
Estagnado, empoeirado
Me desfaço e refaço
Revisto e revisito meus medos
Me entrego ao vento, sereno
Que em estrelas infinitas,
Desencadeiam em mim um fim
Presa em minha única essência
Presa em minhas infinitas essências
Mutantes mudanças
Mortas
Um fim escrevo para a última história
Que com sangue, desenham a última memória.
- Ana Elisa Renault.
- terça-feira, abril 17, 2018
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- terça-feira, fevereiro 20, 2018
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- quinta-feira, fevereiro 15, 2018
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