Divergente: uma dose de ficção bem produzida

terça-feira, maio 13, 2014

Resenha: Divergente
   Por Ana Elisa Renault
 

Fui nesse domingo do dia das mães (11/05) ao cinema, e aproveitei para ver um filme que eu já queria assistir há muito tempo, Divergente.  

Eu já tinha ouvido falar nesse filme mas me interessei mesmo por ele quando vi o trailer. 
E não foi de me surpreender que, eu esperava um pouquinho mais, e ao mesmo tempo, um pouquinho menos de "Divergente". 

Beatrice durante teste de aptidão para facção.
O filme não é ruim. Muito pelo contrário. Logo no início, o contexto é bem explicadinho e o telespectador fica á par de toda a situação, mesmo sem ter lido o livro de Veronica Roth. O que foi o meu, e acredito eu que, o caso de muitos outros telespectadores de "Divergente", que assistiram o filme sem ter lido o livro. 

Por não ter lido o livro, eu não posso julgar o filme quanto a esse aspecto. Não posso dizer se o livro foi fiel ao filme e vice-versa, mas posso dizer que, mesmo sem ter lido o livro dá para entender todo o contexto com uma clareza "aceitável".

No início do filme a personagem principal Beatrice (Shailene Woodley), começa explicando que o mundo entrou em uma guerra e que após seu término, a terra foi quase todo destruída e foram poucos os lugares que conseguiram se recuperar dela. É  o caso de Chicago, que após a guerra, foi dividida em facções e muros foram construídos para separar a população. Cada pessoa então, inicialmente, pertence a facção na qual nasceu, mas, quando completam 16 anos, devem escolher a facção na qual se encaixam melhor de acordo com suas características, onde devem permanecer pelo resto de suas vidas. São cinco facções e cada uma delas defende uma característica específica. As pessoas então realizam um teste onde elas devem beber uma substância que estimula uma parte do cérebro, para que a pessoa entre em uma espécie de "submundo", criado por um sistema computacional, onde ela vai realizar ações e fazer escolhas que vão fazer com que ela sobreviva aos obstáculos que são colocados em sua frente. De acordo com suas escolhas, você é inserido em um perfil que combina com o seu verdadeiro perfil.  Por exemplo, se você é uma pessoa extremamente inteligente (usou a inteligência durante seu teste para tomar decisões), deve ir para a facção Erudita, se você é uma pessoa aventureira, destemida, corajosa e etc, deve escolher a facção dos Destemidos e assim em diante.

Beatrice durante seu treinamento na facção dos Destemidos.
Até ai tudo é muito bem explicado. Mas mesmo assim "Divergente" deixou uma grane lacuna. Em nenhum momento os motivos da guerra são mencionados. Não se fala do resto do mundo amplamente, mas de uma forma bem compacta. O que aconteceu com os outros estados dos Estados Unidos? Onde foi parar o resto da população? Por quê foram criadas as facções e não outro sistema de organização? Nada disso foi explicado. 

Beatrice e Quatro durante treinamento na fação dos Destemidos. 

Tirando o fato das dúvidas que ficaram ecoando em minha cabeça durante o filme, resolvi me concentrar na história, que parecia ser bem interessante, e é.  O clímax da história acontece quando a personagem principal, Beatrice (ou apenas "Tris"), supreende a todos, e inclusive a si própria, ao escolher a facção dos destemidos. Uma facção que não tinha na haver com ela, já que seu teste de aconselhamento foi "inconclusivo", e ela tem que decidir por si própria e sob pressão, de qual facção fará parte. E daí para frente a história só fica melhor e mais complexa. 


O que Beatrice ainda não sabe e vai descobrir, é que ela é uma "Divergente". Os divergentes não se encaixam em nenhuma facção, e por isso, são perseguidos e mortos. Depois de descobrir sua real natureza, Beatrice tem que lidar com a perseguição e tomar muito cuidado para não ser pega. 

Beatrice saltando de um trem durante treinamento para entrar na facção. 
Após conseguir entrar para a facção dos Destemidos, Tris começa a se sair muito mal nos exames e treinamentos realizados, já que ela é uma divergente, e não possui aptidão para entrar em tal facção. E Tris precisa se sair bem nos exames para continuar dentro da facção, pois se não conseguir, será expulsa e ficará sem facção nenhuma, já que não é permitido retornar para a facção de sua família. Mas com a ajuda de Quatro (Theo James), um dos líderes da facção, Tris vai conseguir se dar bem nos testes, manter seu lugar nos Destemidos e conquistar o coração de Quatro, um cara fofo, simpático e sincero. 

"Tris" treinando com Quatro.
Divergente mistura ficção, romance e muita ação, junto de um cenário fraco e mal produzido. As imagens da cidade destruída após a guerra, são mal feitas, já que dá para perceber claramente, a presença forte de efeitos computadorizados, o que tornou o cenário artificial. Mas tirando o cenário, os efeitos visuais e a direção do filme são muito bons. Percebe-se uma certa preocupação com os efeitos do filme, já que este utiliza de muitos elementos ficcionais, que são difíceis de serem produzidos, sendo a maioria deles, obrigatoriamente produzidos por computadores. 
"Tris" realizando o teste final para se manter na facção dos Destemidos. 
Quanto a atuação de Shailene Woodley, fiquei realmente surpreendida. Woodley se mostrou totalmente capaz de interpretar muito bem a personagem Beatrice, um papel difícil e bem complexo, que exige muito do ator. O diretor Neil Burger apostou certo ao escolher Shailene para interpretar a personagem principal e não decepcionou. Acredito que uma atriz nova, talentosa, e de uma beleza refinada como a dela, ainda tem muito futuro pela frente no mundo Hollywoodiano. Quanto ao resto do elenco, que possui inclusive atores de nome pesado, como Kate Winslet, me decepcionei. A atriz ficou apagada no filme. Seu personagem é tão comum, que nota-se o esforço feito pela atriz para torná-lo menos comum e arrogante, e acabar se sobressaindo, algo que infelizmente, não aconteceu. O resto do elenco conta com atores bem novos e pouco conhecidos, mas que tiveram uma atuação "mediana", comum e dentro dos padrões esperados.


 Com certeza "Divergente", é um filme que eu indicaria muito para aquela pessoa que quer curtir um pouco de ficção científica futurista, com bastante ação e uma pitada de romance. Mas se você é o tipo de pessoa que procura um romance para ver, assista "A Última Música", "Crepúsculo", ou algum filme do tipo, mas não "Divergente". 
                                                                                                                             


Trailer


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